sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Calculadora de Carboidratos

No site Cauculator.net pode ser encontrada uma Calculadora de Carboidrados. Esta calculadora pode ser utilizada para estimar os carboidratos que você vai precisar por dia. Carboidratos não são nutrientes essenciais para os seres humanos. O corpo pode obter toda a sua energia a partir de proteínas e gorduras. No entanto, o cérebro e neurônios geralmente não podem queimar gordura e precisa de glicose para produzir energia. O Instituto de Medicina recomenda um mínimo de 130 g de carboidratos por dia, que é o consumo médio mínimo de glicose pelo cérebro.

O link para ter acesso a essa calculadora segue:

http://www.calculator.net/carbohydrate-calculator.html

Entrevista - Dieta Low Carb

Entrevista com Noelene Guimarães - Moradora do Riacho Fundo I - DF – Brasil.
Entrevistador: Japhet Pereira.

Bom dia, a senhora faz algum tipo de dieta?

Resposta: Faço sim, cortei completamente todo tipo de açúcar, doces, massas, arroz, mandioca e farinhas, refrigerantes... tudo que tenha açúcar, ou amido, ou doces... como vi na revista.

E os demais alimentos?

Resposta: Esses eu consumo naturalmente, deixo às vezes de tomar o café da manhã, mas o resto eu como de tudo.

A senhora consultou um médico ou nutricionista para começar ou manter essa dieta?

Resposta: Não, mas acredito que o que tenho feito seja muito bom, pois vi na reportagem a respeito de tirar o açúcar da alimentação, que me traria muitos benefícios principalmente na saúde e que de tabela, me emagreceria.

A senhora faz essa dieta desde quando?

Resposta: Faz aproximadamente uns seis meses.

A senhora já perdeu algum peso?

Resposta: No começo perdi muito peso, uns oito quilos em dois meses, mas acredito que estou ganhando aos poucos de novo.

A senhora já ouviu falar de dietas Low Carb?

Resposta: Não, nunca ouvi falar.

A senhora sabe os riscos e benefícios dessa dieta?

Resposta: Não, mas tenho sentido muitas dores não localizadas, nas costas principalmente, e um amigo meu falou que pode ser por causa da dieta. Na semana que vem tenho uma consulta marcada. Eu acredito que seja pedra nos rins... possivelmente não tenha nada a ver com minha alimentação...

A senhora sabe que uma alimentação correta é fundamental para uma boa saúde? E que dietas não compostas adequadamente podem prejudicar muito o paciente?

Resposta: Sei sim, mas fazer o que, tenho que emagrecer e me manter magra, e esse foi o jeito que arrumei.

Após a pequena entrevista, solicitei que ela interrompa a dieta que está fazendo e procure um médico ou nutricionista para, se for o caso, receitar uma dieta Low Carb bem projetada.

Brasília-DF, em 26-08-2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Consumo de carboidratos ou lipídios nos exercícios de ultra resistência?


Oi pessoal, em postagens posteriores falaremos dos efeitos metabólicos de uma dieta Low Carb, e sua relação com outras dietas e algumas patologias. Agora, porém, falarei da importância dos carboidratos para a atividade física!
A nutrição é uma importante ferramenta dentro da prática desportiva. Dentre as modalidades esportivas, a nutrição exerce uma grande influência nos chamados esportes de desafio (escaladas e maratonas), que são provas de ultra-resistência ou de longa duração. Para suprir o custo energético de uma prova deste tipo, é amplamente aceito que o consumo de carboidratos antes e durante exercícios prolongados, que irão retardar o aparecimento da fadiga, poupando o glicogênio hepático e muscular e fornecendo glicose diretamente para os músculos em atividade. Recomenda-se que a dieta de atletas de ultra-resistência possua 70% ou mais, ou de 7 a 10 gramas por quilo de peso corporal de carboidratos. Porém, apesar da melhora apresentada com a nutrição bem planejada, alguns pesquisadores procuram desenvolver novas intervenções nutricionais, visando a melhora do rendimento, que continuam a ser estudadas, como a suplementação com lipídios, através do consumo de triglicerídeos de cadeia média (TCM) ou de dietas ricas em lípídios nos dias que antecedem a competição. Os AGCM (Ácidos Graxos de Cadeia Média) constituem uma fonte rápida de energia, pois, ao contrário dos ácidos graxos de cadeia longa (AGCL), não são significativamente incorporados em lipoproteínas (quilomícrons ou VLDL), sendo absorvidos diretamente na corrente sanguínea. A velocidade de absorção dos AGCM no intestino é similar à da glicose. A taxa de captação dos triglicerídeos é proporcional à atividade da LPL no tecido, estando esta elevada no músculo esquelético, em situações de jejum, e no tecido adiposo no período pós-prandial. Dessa forma, a lipase lipoprotéica (LPL) direciona os ácidos graxos para oxidação (no músculo) ou armazenamento como triglicerídeos (no tecido adiposo).


Os carboidratos são o substrato enegético para aividades aeróbias de longa duração, porém , as reservas corporais de glicogênio são limitadas e podem ser totalmente depredadas em eventos atléticos dessa natureza. Assim, pode ser vantajoso aperfeiçoar a utilização dos lípídios (AGL) como fonte de energia, poupando os estoques de glicogênio para os estágios finais da competição.

Vem sendo sugerido que a capacidade de sustentar o exercício pode ser prolongada se a oferta de lipídios for aumentada imediatamente antes do exercício, uma vez que a taxa de oxidação dos ácidos graxos livres (AGL) está diretamente relacionada com a concentração plasmática dos mesmos.



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mera descontração!! hehehehe

IMAGEM: cartoonstock.com

Os Efeitos da Dieta no Metabolismo e na Saúde

Durante uma dieta Low Carb, o corpo reduz os depósitos de gordura devido ao déficit calórico decorrente da baixa de carboidratos, fonte de maioria das nossas calorias. Existe uma quantidade ideal de calorias que o organismo necessita para funcionar normalmente. Quando o consumo de carboidratos é baixo, o seu metabolismo sofre um retardamento, forma que o corpo tem de conservar sua energia. As calorias necessárias são, então, supridas pelas proteínas e gorduras. A Lipólise é acelerada, processo pelo qual a gordura é retirada do tecido adiposo e convertida em Ac. Graxos Livres (AGL) e Glicerol, que se tornam principal fonte de energia para o fígado, músculo cardíaco e músculo esquelético. O oxalacetato, que normalmente se condensa com o Acetil CoA no Ciclo de Krebs , é convertido em glicose que o cérebro necessita para seu abastecimento energético. Como a oferta de Oxaloacetato diminui, o fígado converte o excesso de Acetil CoA em Corpos Cetônicos. É então que ocorre a Cetose, processo comum em pessoas desnutridas e diabéticas, e já abordado aqui no nosso Blog. Os usuários da dieta também estão sujeitos à alguns efetos colaterais como:
  • Fadiga: Carboidratos são a principal fonte de energia para o corpo, a dieta substitui o fornecimento de carboidrato com proteínas e gorduras. É difícil converter gordura em energia.
  • Má-nutrição: dietas de baixo carboidrato privam/retiram da alimentação alimentos como cereais, frutas e legumes, que são ricos em nutrientes e minerais que são necessários para uma boa saúde.
  • Osteoposose: a dieta é rica em proteína, que aumenta a liberação de cálcio através do processo mictório. A diminuição de cálcio no organismo pode levar ao enfraquecimento dos ossos.
  • Doenças Cardíacas: grande consumo de gorduras pode causar aterosclerose, ou seja, deposição de lipídios nas paredes dos vasos provocando a diminuição no diametro dos mesmo, chegando a obstruí-los.
  • Mau-Hálito: o aumento de cetonas pode levar ao mau-hálito em algumas pessoas.
  • Problemas Digestivos: essa dieta leva à menor ingestão de alimentos ricos em fibras, que pode causar problemas digestivos, uma vez que estas são necessarias para evacuações do organismo e sua falta pode levar à constipação. O consumo de água e fibras pode evitar estes problemas em uma dieta low carb.


Comer grandes lotes de carboidratos pode aumentar o risco de câncer de mama, diz estudo.

Por Marilynn Marchione - Pesquisadora de assuntos médicos.

Tradução de Japhet Pereira - Aluno de Medicina, UnB, 09/0117751.

Novas pesquisas sugerem que dietas ricas em carboidratos podem aumentar o risco de câncer de mama.

Mulheres no méxico, que comeram uma grande quantidade de carboidratos tiveram mais de duas vezes mais chances de ter câncer de mama do que aquelas que comeram menos amido e açúcar, resultado científico.

O estudo não é a última palavra sobre o assunto, mas é um dos poucos a analisar a forma como a mania da dieta popular, mas controversa Low-carb, pode afetar as chances de ter câncer, ao contrário de seus efeitos sobre o colesterol e doenças cardíacas.

As novas descobertas também não significam que a dieta é segura ou saudável para se comer muita carne, queijo ou gorduras, como muitas pessoas que vão nas dietas Low-carb fazem, dizem os especialistas.

"Existem muitas preocupações com dietas alimentares ricas em gordura animal", Disse o Dr. Walter Willett, chefe da nutrição da Havard School of Public Health. "Se as pessoas querem cortar os carboidratos, é realmente importante fazê-lo de uma forma que enfatize gorduras saudáveis, como saladas com molhos próprios."

Dr. Willett trabalhou no estudo com médicos do Instituto Nacional de Saúde Pública, em Cuernavaca, México. Foi financiado pela E.U. Centers for Disease Control and Prevention, do Ministério da Saúde do México, e do Instituto Americano para Pesquisa do Câncer. Os resultados foram publicados na revista Cancer Epidemiology, Biomakers & Prevention.

Gorduras, fibras e alimentos específicos tem sido estudados por seus efeitos em vários tipos de câncer. O excesso de peso é conhecido por elevar o risco, mas o novo estudo levou isso em conta e mesmo assim encontrou maior risco nas mulheres que consumiam grandes quantidades de carboidratos.

Os cientistas acreditam que os carboidratos podem aumentar o risco de câncer por um rápido aumento de açúcar no sangue, o que leva a um aumento imediato de insulina secretada. Isso faz com que aumente a divisão de células e também elevem os níveis de estrogênio no sangue, sendo que ambos podem estimular o câncer.

Um estudo realizado no início deste ano sugere que uma dieta rica em carboidratos modestamente aumenta o risco de câncer de cólon. Poucas pesquisas tem sido feitas sobre o cancro de mama, e os resultados tem sido mistos. Um estudo realizado no ano passado, encontrou maior risco entre as jovens mulheres que comiam uma quantidade excessiva de doces, principalmente refrigerantes e sobremesas.

Para este estudo, os investigadores registraram 475 mulheres diagnosticadas com câncer de mama e um grupo de comparação de 1391 mulheres saudáveis na Cidade do México que foram pareadas por idade, peso, tendência de parto, e outros fatores que historicamente afetam as chances de contrair a doença.

As mulheres preencheram um questionário alimentar desenvolvido pelo Dr. Willett e amplamente utilizado em estudos de nutrição, e foram divididas em quatro categorias com base na quantidade de suas calorias totais ingeridas advindas de carboidratos.

Os da primeira categoria superior - com 62% ou mais de suas calorias advindas de carboidratos - tiveram 2,22 vezes mais chances de ter câncer de mama do que as da categoria mais baixa, cuja a ingestão de carboidratos foi de 52% ou menos de sua dieta.

"As descobertas levantam preocupação sobre os possíveis efeitos adversos de comer lotes dos hidratos de carbono", especialmente para pessoas que tem diabetes, resistência à insulina ou estão com sobrepeso, disse o Dr. Willett.

"Acrescenta a informação de que a dieta é importante" no que diz respeito ao risco de cancro de mama, disse o Dr. John Milner, chefe do Instituto Nacional do Câncer de Nutrição.

Como os resultados são aplicáveis à mulheres americanas, é discutível. Os hidratos de carbono constituem metade da dieta típica norte-americana.

"Os principais carboidratos que estas mulheres tinham comido eram derivados do milho, incluindo tortillas, refrigerantes e pães", disse o Dr. Eduardo Lazcano-Ponce, um dos médicos mexicanos que fizeram os estudo.

O milho não é enriquecido com ácido fólico e outros nutrientes, como são muitos grãos, cereais e outras fontes de carboidratos consumidos nos Estados Unidos, e os nutrientes podem ajudar a prevenir câncer, observou a Dra. Sandra Schlicker, diretora executiva da American Society for Clinical Nutrition.

As taxas de câncer de mama nos Estados Unidos estão entre os maiores do mundo. Cerca de 132 casos são diagnosticados para cada 100.000 mulheres. No México, a incidência está crescendo e é atualmente estimada em 38 casos por 100.000 mulheres. Mas o Dr Willett advertiu que essas taxas não são ajustadas para as diferenças de idade e que a população dos Estados Unidos é consideravelmente mais velha do que a do México e, portanto, tem maior risco de câncer.

No estudo, mulheres que comeram uma grande quantidade de fibras insolúveis - encontradas em grãos integrais, frutas e legumes - apresentaram um risco pouco menor de câncer de mama. Fibra pode modular a absorção de carboidratos.

"Isso me leva a crer que as fontes mais saudáveis de carboidratos, ou pelo menos dietas contendo fibras, seriam menos fortemente associadas com câncer de mama.", disse Dr. Marji McCullough, um epidemiologista sênior e especialista em nutrição da American Cancer Society.

Especialistas dizem que mais pesquisas são necessárias, através de estudos que, em vez de confiar na memória das mulheres sobre o que comiam, pede-lhes para manter diários alimentares e, com o passar do tempo, examiná-los por anos mais tarde para observar quais desenvolveram câncer.

Encontrar enlaces alimentares do cancro da mama é importante porque a dieta é comprovadamente um dos poucos fatores de risco que uma mulher pode modificar facilmente.

"Este estudo não é suficiente para que as pessoas façam mudanças em suas dietas, mas é um bom sinal de advertência", disse o Dr. Willett.

O Instituto de Medicina recomenda que os carboidratos constituam 45% a 65% da dieta, e que não mais de 20% podem vir a partir de açúcares adicionados, disse Schlicker.

Fonte consultada em 20-08-2010:
http://www.lowcarb.ca/

sábado, 21 de agosto de 2010

Dieta Cetogênica

O organismo de uma pessoa que muda lentamente de uma dieta de carboidratos para uma dieta rica em gorduras, tenta se adaptar para utilizar mais ácido acetoacético do que o normal e, nesta circunstância, geralmente não ocorre cetose. Certamente por fatores ainda não completamente esclarecidos, que podem aumentar a taxa do metabolismo do ácido acético pelas células.
Até mesmo as células neurais que usam "exclusivamente" glicose, podem, depois de algumas semanas derivar de 50% até 75% de sua energia das gorduras.
Uma grande parte da degradação inicial dos ácidos graxos ocorre no fígado, pela Beta-Oxidação, principalmente quando quantidades excessivas de lípidios estão sendo usadas como fontes energéticas. Apesar dessa via ocorrer no fígado ele utiliza apenas uma pequena proporção da energia derivada da oxidação dos ácidos graxos para seu próprio processo metabólico.
Quando as cedeias de ácidos graxos divide-se em duas moléculas de acetil-Coa estas se condensam para formar uma molécula de ácido acetoacético. Parte do ácido acetoacético é convertida em beta hidroxibutirato e acetona, formando os chamados "corpos cetônicos". Estes compostos difundem-se livremente através das membranas das células hepáticas e são tranportados pelo sangue para os tecidos extra-hepáticos, onde irão servir como fonte de energia. Uma vez nos tecidos periféricos os "corpos cetônicos", serão novamente convertidos a acetil-Coa, que entrará no ciclo do ácido cítrico e será oxidada para gerar ATP (energia) para as células.
Como o ácido acetoacético e o ácido beta hidroxibutírico são substâncias altamente solúveis nas membranas das células-alvo, eles conseguem ser transportados rapidamente para as células teciduais, numa concentração de aproximadamente 3 mg/dl, apesar dessa pequena concentração
grandes quantidades são de fato transportadas.
Quando as concentrações de ácido acetoacético, ácido beta hidroxibutírico e acetona aumentam para níveis muito superiores ao normal no sangue e nos líquidos intersticiais desenvolve-se uma condição chamada cetose. Fatores como diabetes, debilidade e pessoas com dietas formadas quase inteiramente por gorduras, podem levar ao quadro de cetose. Em todos estes estados os carboidratos não são essencialmente metabolizados, no caso das dietas ricas em gordura e na inanição, é porque os carboidratos não estão disponíveis, e no diabetes é por falta de insulina para induzir o transporte de glicose para as células.
Quando os carboidratos não estão disponíveis na dieta, quase toda energia do corpo deve ser derivada do metabolismo dos lipídios. Este processo resulta na secreção de hormônios glicolíticos como o glucagon pelas células alfa do pâncreas e os glicocorticóides pelo córtex adrenal, especialmente o cortisol. Estes hormônios aumentam ainda mais a remoção dos ácidos graxos dos tecidos adiposos.
Uma diminuição acentuada ou a falta completa dos carboidratos na dieta, pode levar a uma acidose metabólica extrema, devido o acúmulo de acetil-Coa, uma vez que o oxaloacetato, produto do metabolismo dos carboidratos não está presente, pelo menos neste caso, para condensar-se com acetil-Coa e permitir sua entrada no ciclo do ácido citríco. Este acúmulo vai ser desviado para produção dos corpos cetônicos que serão produzidos em quantidades tão excessivas que as células não poderão mais utilizá-los, por conta da sua limitação de poder oxidá-los, o que poderá levar a um estado de acidose metabolica ou até mesmo ao coma. A produção de "corpos cetônicos" deixa um hálito de acetona nas pessoas que metabolizam outros compostos ao invés de carboidratos.


FONTE: Tratado de Fisiologia Médica/Arthur C. Guyton, John E. Hall; 11ª edição; Editora Elsevier, Rio de Janeiro-2006.