sábado, 21 de agosto de 2010

Qual o papel da glicose/insulina/glucagon no metabolismo dos carboidratos e outros compostos energéticos?

A glicose é o substrato energético usado preferencialmente pelas células teciduais para cumprir suas funções metabólicas. Para que esta substância possa ser usada pelas células dos tecidos do corpo, ela deve ser transportada através da membrana para o citoplasma celular, mecanismo que se dá por difusão facilitada.
Quando nos alimentamos com quantidades suficientes de carboidratos, para suprir nossas necessidades metabólicas, os níveis de glicose sanguínea aumentam bastante, como resposta as células beta pancreáticas produzem e secretam grandes quantidades de insulina para facilitar o transporte da glicose. Na ausência de insulina, no entanto, a quantidade de glicose que pode se difundir para o interior das células do organismo é muito pequena para fornecer a porção normalmente necessária para o metabolismo energético, exceto para as células hepáticas e cerebrais, estas últimas, apesar de serem as maiores consumidoras de glicose não dependem da insulina para essa captação. De fato, a taxa de utilização de glicose pela maioria das células é controlada pela taxa de secreção de insulina pelo pâncreas.
A insulina desempenha um papel importante no armazenamento do excesso de energia. Quando existe quantidades excessivas de carboidratos e outros alimentos altamente energéticos na dieta a insulina induz a síntese destes compostos respectivamente. Depois que as células utilizam a glicose disponível, seu excesso é armazenado na forma de glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos, como também no tecido adiposo, sob a forma de triglicerídeos. Ela ainda exerce papel relevante na promoção da captação de aminoácidos e conversão destes em proteínas, além de inibir o catabolismo protéico das proteínas já existentes nas células. O oposto também é verdadeiro, quando em baixas concentrações sanguíneas de glicose os níveis insulinêmicos caem rapidamente, isso geralmente ocorre em períodos entre as refeições (jejum), ou em dietas de restrição dos carboidratos.
Quando os níveis glicêmicos e insulinêmicos diminuem, um outro hormônio (glucagon) também liberado pelo pâncreas (células alfa), entra em ação, porque de alguma forma o organismo precisa compensar essa "falta" de glicose para que a glicemia não caia a níveis comprometedores. Então lança mão da glicogenólise (degradação do glicogênio convertido em glicose) para impedir que a concentração de glicose caia a níveis muito baixos, porém, depois de aproximadamente 8 horas as reservas de glicogênio hepático são depletadas e neste intervalo uma nova via é acionada: a gliconeogênese. Mesmo depois do consumo de todo o glicogênio hepático sob a influência do glucagon, a continuação da infusão deste hormônio ainda causa uma hiperglicemia mantida, por meio da transaminação de aminoácidos para convertê-los em glicose pelo fígado, para o fornecimento de energia. Logo, pode-se notar que as concentrações da glicose sangüinea é o fator mais potente que controla a secreção do glucagon. A maior parte da glicose formada pela gliconeogênese é empregada para o metabolismo neural. O organismo se adapta a nova situação, e evita que o pâncreas libere qualquer quantidade de insulina para evitar que as escassas reservas de glicose disponíveis possam ser usadas pelos músculos e outros tecidos periféricos deixando o cérebro sem uma fonte de nutrição.


FONTE: Tratado de Fisiologia Médica/Arthur C. Guyton, John E. Hall; Editora Elsevier, Rio de Janeiro-2006, 11ª Edição.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Debate: low carb ou ou dieta de baixo teor lipídico?

A Harvard Health Letter investiga o debate!



Pesquisas realizadas pela Harvard Health Letter, não sabem ao certo porque as pessoas perdem peso mais rápido em dietas de baixo carboidratos (low carb), mas uma das explicações mais provável é que os carboidratos são os melhores para suprimir o apetite durante um tempo, tornando mais fácil atingir o objetivo final de todas as dietas, que é a perca de calorias. Entretanto, é possível fazer comparações com dietas de baixo teor de gorduras. Dois estudos resumidos na edição de agosto da Harvard Health Letter, mostra no que diz respeito à perca de peso, que tanto as dietas de baixo carboidratos como as dietas de baixo teor de gorduras tiveram empates em dados estatísticos, depois de um ano.
No primeiro estudo, publicado no ano passado, o plano da dieta de baixo carboidrato (low-carb) fluiu com ímpeto em comparação a sua correspondente low-fat, durante os primeiros seis meses. Porém, no segundo estudo, publicado no início deste ano, os indivíduos que estavam seguindo a dieta pobre em gorduras também continuavam a perder peso em homólogo aos do grupo low-carb.
A edição de agosto informa que são necessários mais estudos para examinar os progressos da perda de peso a longo prazo de ambas as dietas, não apenas os rsultados de um ano. Em relação à saúde, ambos os estudos constataram que estas dietas podem aumentar os níveis de colesterol LDL, considerado colesterol "ruim". Porém, as dietas low-carb superam as dietas low-fat com relação a outras gorduras do sangue relacionadas à doenças cardíacas.
Esta edição dá outras mensagens importantes:
  • As dietas de baixo carboidratos podem ser acompanhadas da ingestão de cereais como os carburadores, eliminando as gorduras mono e pollinsaturadas;
  • As dietas tem diferentes efeitos nos níveis de colesterol e fatores metabólicos. Para uma perca de peso "saudável", converse com seu médico sobre a obtenção de um teste de colesterol. Os resultados podem ajudá-lo (a) a escolher a melhor dieta.
  • Por conta da educação alimentar, do gosto pelos sabores e até fatores genéticos, dentre outros, a resposta individual varia extremamente. Portanto, depois de ir a um bom profissional da saúde e analisar seu estado metabólico, experimente para ver o que melhor funciona para você.

    Abraços!

    FONTE: www.health.harvard.edu/press_releases/low_carb_fat_diet_plan

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Restrição alimentar de carboidratos no tratamento da obesidade

Artigo publicado na revista Ciênc. Méd., Campinas/2006, revela que um dos distúrbios relacionados com a obesidade é a resistência à insulina, que consiste na diminuição da capacidade da insulina em estimular a captação de glicose pelas células, isto se dá por alterações dos mecanismos de ultilização da glicose, ou devido um número insuficiente dos receptores de insulina nas células.
Pi-Sunyer, um dos autores deste estudo, relata que o tecido adiposo em excesso aumenta a demanda por insulina, levando ao aumento da glicemia e insulinemia. Vale ressaltar que, altos níveis plasmáticos de insulina inibem a lipólise, induzem lipogênese e estimulam a fome.
Em indivíduos obesos que apresentam grande ingestão de lipídios e elevadas taxas de lipólise foi comprovado um aumento na oxidação lipídica. Assim, há utilização preferencial dos ácidos graxos de cadeia longa (AGL), provenientes dos estoques de triglicerídeos, como substrato energético, reduzindo assim o uso de glicose derivada da quebra do glicogênio. A diminuição do uso de glicogênio muscular e hépático é responsável por um feedback negativo na enzima glicogênio-sintetase, que consequentemente impossibilita a estocagem de glicose. Nessas condições, os efeitos resultantes são intolerância a glicose e resistência à insulina O tipo de gordura também está associado a essa condição, sendo os ácidos graxos saturados os mais preocupantes.
Em um estudo, realizado com obesos, Golay e seus colaboradosres, analisaram os efeitos de duas dietas igualmente restritas em calorias, porém extremamente diferentes em sua composição. Para os pacientes que consumiram a dieta com 15% do VET (Valor Energético Total) proveniente de carboidratos, (37%, mais ou menos 5 g/dia), observou-se queda significativa na glicemia e insulinemia, por outro lado os pacientes que consumiram dieta com 45% do VET em carboidrato (115 + ou - 14/dia) não tiveram redução significativa, especialmente em relação à insulinemia, visto que as taxas de insulina aumentam/diminuem de acordo com o consumo de carboidratos. Estes dados foram observados ao final da sexta semana, nos pacientes hospitalizados.
Em um outro estudo realizado por este mesmo autor, verificou-se que, em 12 semanas de consumo de uma dieta com 75g de carboidrato por dia, o que corresponde a 25% do VET, os valores insulinêmicos reduziram bastante e que, após a perca de peso dos indivíduos, houve melhora da glicemia e da insulinemia de jejum em comparação com a dieta que fornecia 135g de carboidrato por dia (45% do VET). Com estes resultados os pesquisadores puderam constatar que a melhora da relação glicemia/insulinemia indica que a dieta reduzida em carboidrato pode ser favorável em longo período.
Numa tentativa de testar suas hipóteses, de que indivíduos obesos reagiriam diferentemente aos testes hiperinsulinêmicos, Baba e seus colaboradores, aplicaram estudos à manipulação dos macronutrientes de uma dieta hipocalórica nestes pacientes (80% da necessidade energética em repouso), os resultados mostraram que as duas dietas reduziram significativamente os níveis de insulina, no entanto somente os indivíduos que consumiram mais proteínas e menos carboidratos em sua dieta (45% proteína, 25%carboidrato, 30% gordura) atingiram níveis normais de insulinemia, enquanto os indivíduos do outro grupo que consumiam (12% proteína, 58% carboidrato, 30% gordura) permaneceram hiperinsulinêmicos.
De um modo geral, os estudos tem mostrado boa relação entre dietas com restrição de carboidratos e níveis de glicemia e insulina, embora esse fator dependa também da saúde do indivíduo, para a obtenção de melhores resultados.
Para maiores informações vejam o artigo deste estudo que se encontra no site:


Obrigada!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Será que realmente vale a pena radicalizar numa dieta?




VEGETARIANISMO


Certamente você conhece alguém que fez ou faz uma dieta vegetariana!

Qual sua concepção a respeito dessas dietas? Será que são seguidas de uma maneira saudável?

Só aqui você fica por dentro de coisas que a mídia enfatiza e, muitas vezes de forma distorcida...

Sobre dietas vegetarianas

Vegetarianismo um tipo de dieta que, ao contrário das dietas low-carb, exclui todo e qualquer alimento de origem animal como leite, carnes, ovos e mel. Entretanto, existem vários ramos desse tipo de dieta que permitem ou não ingerir alguns alimentos como ovos, leite e peixes. Assim, devemos analisar cada uma dessas dietas de forma individual, visto que a qualidade nutricional varia de acordo com o padrão alimentar seguido por cada uma delas.

Porque fazer uma dieta vegetariana?

Dentre os motivos pelos quais milhares de pessoas se tornam adeptas do vegetarianismo, estão: busca por uma alimentação mais saudável, influência da mídia, convicções religiosas, éticas e ecológicas. No entanto, a maioria das pessoas não sabem ao certo se o tipo de dieta que estão seguindo é realmente saudável ou se causa riscos à saúde.

É imprescindível uma análise nutricional e bioquímica das dietas para verificar se estão suprindo todas as necessidades nutricionais diárias.

Existem vários tipos de dieta vegetariana e enquanto mais restrita for, maior a probabilidade de o indivíduo ter carências de determinadas vitaminas ou minerais.

Alguns tipos de dietas vegetarianas:
  • Vegetarismo - evita o consumo de qualquer alimento de origem animal;
  • Ovo lacto-vegetarianismo - consiste na dieta básica do vegetarismo, com o consumo de verduras, legumes, frutas e cereais, bem como a ingestão de ovos e leite;
  • Flexitariano - também é baseado na alimentação de origem vegetal, mas permite-se o consumo de peixes;
  • Frugivorismo - é uma dieta à base de frutas cruas ou cozidas.

Saiba mais...


O consumo de frutas pode trazer alguns benefícios como, emagrecimento, pelo maior aporte de fibras, as quais induzem uma digestão mais rápida e menos absorvitiva; diminuição do risco de doenças cardiovasculares pela deficiência de colesterol na dieta, entre outras.


Mais informações? visite o site!: http://www.vegetarianismo.com.br/


lá você terá acesso a informações diversas como por exemplo, sobre o congresso de vegetarianismo que será realizado este ano em Porto Alegre, no mês de setembro, (www.ivo.org/congresso/2010/index.html), além de saber nome de famosos adeptos desta dieta.


Ainda este ano realizar-se-á o 39º congresso a nível internacional sobre vegetarianismo: http://www.wvc2010.org/



FONTE:


1- Lehninger, A. L; Nelson, D. and Cox, M.M; Principles of Biochemistry; 3ª ed. Worth Publishers, 2000.


2- Tirapegui, Júlio; Nutrição: Fundamentos e Aspectos atuais; 2º ed. Editora Atheneu-SP, 2006.




Índice Glicêmico

Um fator importante da nutrição é o Índice Glicêmico (IG), indicador baseado na habilidade da ingestão do carboidrato de um dado elemento elevar os níveis de glicose sanguínea pós-prandial, comparado com um alimento referência, como o pão branco. Simplificando, o IG pode ser descrito como a velocidade com que a glicose dos alimentos é absorvida pelo sangue, quanto maior esse índice, mais rápida é a absorção, o que favorece a obesidade. Alimentos que afetam pouco a resposta de insulina no sangue são consideradas de Baixo Valor Glicêmico, e os que afetam muito, de Alto Valor Glicêmico.
Fatores como a presença de fibras solúveis, o nível de processamento do alimento, a interação amido-proteína e amido-gordura, podem influenciar no nível glicêmico.


Ao que parece, dietas com baixo conteúdo de carboidratos são capazes de melhorar a sensibilidade à insulina, mas não há provas de que em longo prazo as Dietas Low Carb sejam melhores do que aquelas com baixa energética devido à restrição de gordura. A alta ingestão de carboidratos com alto IG podem aumentar a resistência à insulina devido à perda da função pancreática, por secreção excessiva de insulina ou glicotoxicidade das Células-beta. Em contraste, a prevalência de alimentos de baixo IG ajuda a controlar a sensibilidade à insulina. No entanto, há também controvérsia quanto a este aspecto, uma vez que estudos sobre a ingestão desses carboidratos em 15 ensaios clínicos controlados não foram encontradas diferenças nos valores de glicemia basal e insulina embora tenha havido uma ligeira queda nos níveis de colesterol e hemoglobina glicosilada.



FONTES:
http://scielo.isciii.es/pdf/resp/v81n5/colaboracion5.pdf
IMAGEM:
http://veja.abril.com.br/saladeaula/270405

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Rice couve-flor low carb

Rice couve-flor low carb com Rachel Edelman

você pode fazer uma versão low carb saudável usando couve-flor!

veja como é feito (vídeo).

FONTE: vídeo about.com/lowcarbdiets/cauliflower Rice-htm

domingo, 15 de agosto de 2010

A relação Metabolismo Energético/ Hormônios Tireoideanos

Um estudo realizado com 48 mulheres obesas em uma dieta baseada em baixo valor calórico, variando entre carboidratos e proteínas durante um período de 21 dias, mostrou que quando as mulheres consumiam 10 g de carboidratos por dia, excretavam mais uréia, amônia e nitrogênio, provavelmente porque os aminoácidos eram fonte mais importante para a gliconeogênese, resultando na excreção desses produtos. Este experimento serviu também para conhecermos o papel dos hormônios T3 (Triiodotironina) e o T4 (Tiroxina). Estes hormônios tireoideanos tiveram seus níveis mais elevados quando as mulheres consumiam mais carboidratos ( 76 e 86g/dia). Uma idéia para essa elevação se deve ao fato de que esses hormônios são responsáveis por influenciar a renovação protéica. Por isso, é importante sabermos a relação desses hormônios com o metabolismo energético.
  • Em níveis normais: T3 e T4 regulam o metabolismo energético, ou seja, a transformação de nutrientes, como a glicose e as proteínas, em energia, para manter as funções vitais. Em outras palavras, tem-se que estes hormônios aumentam a taxa de renovação da glicose e das proteínas.
  • No Hipotireoidismo: o metabolismo energético trabalha devagar, ocasionando menor gasto de energia e aumento de peso. A pessoa engorda principalmente por acúmulo de mucopolissacarídeos que associados à retenção da água provocam inchaço.
  • No Hipertireoidismo: Acelera o metabolismo, levando a um maior gasto de energia e perda de peso, além do aumento do apetite.
FONTES:
http://www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv/revcienciasmedicas/artigos/900.pdf


http://saude.abril.com.br


Fisiologia. Berne, Robert M - Rio de Janeiro; Elsevier, 2004